quinta-feira, 29 de abril de 2010

(Falsa) "deprê" - Da série: Se é moda, todo mundo quer ter.

- Bom...sabe o que é, doutora? Eu não me sinto muito bem desde a ultima sexta-feira. Eu estava na sala de aula quando o professor perguntou quem iria tentar vestibular para medicina. Doutora, eu fiquei bege, quanta gente! Como eu vou passar? Quer dizer que meu dinheiro...ham? Sim, são meus pais que pagam, mas o dinheiro é meu de qualquer forma, porque basta eu pedir que eles dão, portanto ( ai! Como é chic falar “portanto”) é meu...Entãããão, MEU dinheiro vai para o lixo? Porque tipo assim, mulher, eu tento estudar, sabe?, mas os compromissos não param de surgir (surgir...nossa, hoje eu tô realmente inspirada)...é salão de beleza, é barzinho, é viagem, sabe? Como eu vou dar conta? E, além disso, eu ainda tenho que vir aqui falar com a senhora...E DE ÔNIBUS!!! Tem cabimento isso? Meus pais não querem vir me deixar porque acham que eu não estou em depressão!!! Mas eu tô, dá pra notar isso perfeitamente, né não? Tô me sentindo a Isabel da novela das oito, tão injustiçada, coitada, e eu tô ficando igual a ela. Ai, doutora, dá licença viu, eu preciso fumar, amanhã eu volto. É muita pressão, é muita pressão...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sozinho, consigo

Atenção: Este texto não é autobiográfico.

Sozinho, consigo, é o melhor estado de espírito. Quem mais sabe da minha vida, além de mim? O outro eu, talvez. Deve ser por isso que, às vezes, quero ficar sozinha, comigo mesma. Os motivos que me levam a isso variam...às vezes uma magoa para esconder, um choro para abafar, quem sabe...busca por autoconhecimento.

Quantas vezes, meu Deus, eu penso que a vida acaba ali, que tudo o que vier não vai ser mais novidade, quantas vezes eu penso que sei o meu futuro, mesmo não concordando com ele.

Daí fico sozinha e vejo além.

Aos poucos vou me conhecendo e fazendo as escolhas que parecem certas, aquelas que nós duas concordamos, que não causam brigas e nem dores de cabeça.

Sozinha, eu consigo, consigo achar um caminho.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Conto Cuspido (ou História Verídica)

A pior sensação que já senti aconteceu (quem diria!) em Recife:

- O que se faz num shopping quando não se tem dinheiro?

- Ham...ali tem uma livraria.

Entramos na tal da livraria e cada um seguiu para sua "estante de interesse". "É uma tortura olhar todos esses livros sem poder comprá-los."

- Achou alguma coisa?

- Hã? Ah! Ah-ram, várias. Cansei, vamos.

- Pera, deixa eu ver este.

"Vou esperar na saída"

Parei na entrada da loja, fiquei olhando em direção àquela estante onde estava meu irmão...sim, olhava fixamente.

- Foi veneno.

"Ham? quem falou isso?"

Olho para a mulher que está entre mim e a estante.

Ela repete:

- Foi veneno.

Só então percebo que seu rosto está vermelho e cheio de bolhas.