quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lista de Livros

Bom, ai vai a lista dos melhores livros que eu já li

Ciranda de Pedra - Lygia Fagundes Telles (Romance)
Venha Ver o Pôr-do-Sol - Lygia Fagundes Telles (Contos)
O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë (Romance)
Contos Consagrados - Machado de Assis (Contos)
Um Homem Extraordinário e Outras Histórias - Anton Tchekhov (Contos)
Felicidade Clandestina - Clarice Lispector (Contos)
Contos - Katherine Mansfield (Contos)

sábado, 19 de junho de 2010

A Floresta

Não importa onde você corte, a ideia vai ser sempre a mesma

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Soneto a Katherine Mansfield

Bom, já que eu não tenho um texto de minha autoria para postar essa semana, vou postar este soneto de Vinicius de Moraes em homenagem a uma das minhas escritoras favoritas.


Soneto a Katherine Mansfield

O teu perfume, amada — em tuas cartas
Renasce, azul... — são tuas mãos sentidas!
Relembro-as brancas, leves, fenecidas
Pendendo ao longo de corolas fartas.

Relembro-as, vou... nas terras percorridas
Torno a aspirá-lo, aqui e ali desperto
Paro; e tão perto sinto-te, tão perto
Como se numa foram duas vidas.

Pranto, tão pouca dor! tanto quisera
Tanto rever-te, tanto!... e a primavera
Vem já tão próxima! ...(Nunca te apartas

Primavera, dos sonhos e das preces!)
E no perfume preso em tuas cartas
À primavera surges e esvaneces.

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 29 de abril de 2010

(Falsa) "deprê" - Da série: Se é moda, todo mundo quer ter.

- Bom...sabe o que é, doutora? Eu não me sinto muito bem desde a ultima sexta-feira. Eu estava na sala de aula quando o professor perguntou quem iria tentar vestibular para medicina. Doutora, eu fiquei bege, quanta gente! Como eu vou passar? Quer dizer que meu dinheiro...ham? Sim, são meus pais que pagam, mas o dinheiro é meu de qualquer forma, porque basta eu pedir que eles dão, portanto ( ai! Como é chic falar “portanto”) é meu...Entãããão, MEU dinheiro vai para o lixo? Porque tipo assim, mulher, eu tento estudar, sabe?, mas os compromissos não param de surgir (surgir...nossa, hoje eu tô realmente inspirada)...é salão de beleza, é barzinho, é viagem, sabe? Como eu vou dar conta? E, além disso, eu ainda tenho que vir aqui falar com a senhora...E DE ÔNIBUS!!! Tem cabimento isso? Meus pais não querem vir me deixar porque acham que eu não estou em depressão!!! Mas eu tô, dá pra notar isso perfeitamente, né não? Tô me sentindo a Isabel da novela das oito, tão injustiçada, coitada, e eu tô ficando igual a ela. Ai, doutora, dá licença viu, eu preciso fumar, amanhã eu volto. É muita pressão, é muita pressão...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sozinho, consigo

Atenção: Este texto não é autobiográfico.

Sozinho, consigo, é o melhor estado de espírito. Quem mais sabe da minha vida, além de mim? O outro eu, talvez. Deve ser por isso que, às vezes, quero ficar sozinha, comigo mesma. Os motivos que me levam a isso variam...às vezes uma magoa para esconder, um choro para abafar, quem sabe...busca por autoconhecimento.

Quantas vezes, meu Deus, eu penso que a vida acaba ali, que tudo o que vier não vai ser mais novidade, quantas vezes eu penso que sei o meu futuro, mesmo não concordando com ele.

Daí fico sozinha e vejo além.

Aos poucos vou me conhecendo e fazendo as escolhas que parecem certas, aquelas que nós duas concordamos, que não causam brigas e nem dores de cabeça.

Sozinha, eu consigo, consigo achar um caminho.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Conto Cuspido (ou História Verídica)

A pior sensação que já senti aconteceu (quem diria!) em Recife:

- O que se faz num shopping quando não se tem dinheiro?

- Ham...ali tem uma livraria.

Entramos na tal da livraria e cada um seguiu para sua "estante de interesse". "É uma tortura olhar todos esses livros sem poder comprá-los."

- Achou alguma coisa?

- Hã? Ah! Ah-ram, várias. Cansei, vamos.

- Pera, deixa eu ver este.

"Vou esperar na saída"

Parei na entrada da loja, fiquei olhando em direção àquela estante onde estava meu irmão...sim, olhava fixamente.

- Foi veneno.

"Ham? quem falou isso?"

Olho para a mulher que está entre mim e a estante.

Ela repete:

- Foi veneno.

Só então percebo que seu rosto está vermelho e cheio de bolhas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Os caras

Hoje, postagem diferente. Um desenho que eu fiz há um tempo. Se vocês aceitarem o desafio, eu gostaria de saber quantas "caras" cada um vê no desenho.



sexta-feira, 5 de março de 2010

Crianças

Seres puros, alegres, quase sempre sorridentes. Contagiantes. Mesmo? Mesmo quando se está cansado, triste ou estressado? Crianças não se medem, não são sempre fofinhas, não tem perspicácia para entender nossos momentos "adultos". Mesmo? E aquela, no ônibus, sentada no colo da mãe? Sorriu-lhe. Você séria, pensou: "ah...crianças...tão pequenas e tão burras, não entendem ( e nem precisam) entender algo. Tão inocente que até se torna patética."
Mal sabia que a patética era você. Olhei novamente para o bebê...não pude esconder minha surpresa, fiquei com a boca aberta, a sobrancelha contraída, todos me estranharam: que olhar era aquele? indiferente, frio, superior. Ela foi superior a mim e sabia disso. Foi-lhe superior, foi você que não a compreendeu. Afinal, a infeliz ali era você.
A mãe dela se levantou e levou aquele olhar dali, mas o incômodo ficou.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Diana

Porque a vida ideal é aquela em que os fatos
apenas acontecem, sem explicações.


Enquanto via a paisagem da nova cidade, Diana pensava no quanto tudo aquilo era belo e novo para ela. Porque não via a sua cidade daquela forma, ora! se tudo lá também era tão bonito e interessante...Talvez porque a vista acostumara. Não, não quero que minha vista se acostume com esse novo lugar, quero que ele seja sempre novo para mim, novo e revitalizante. Mal sabia Diana que aquilo era impossível, nosso olhar sempre se acostuma, sempre cai na rotina...com tudo.

Mas como sua vista iria se acostumar com aquele lugar se a sua demora seria apenas de uma semana? O melhor de tudo, o melhor mesmo, era passar a semana ao lado daquela pessoa, aquela que lhe fazia voltar à adolescência, à fase do nervosismo, das mãos geladas, dos sonhos...E o lado ruim (claro, sempre tem um lado ruim) é que não seria só eles, haveria uma família, aliás, duas famílias, apesar de que no primeiro dia, eles estariam a sós na chácara.

Diana esperava ( ela realmente esperava) que algo acontecesse, que aquela pessoa lhe dissesse o que ela queria escutar, que aquela pessoa fizesse o que Diana esperava. Quando chegaram, os dois, Diana agiu normal, não sabia se era correspondida ou se aquela já sabia de seu amor, mas com o passar do tempo, ficou cada vez mais evidente, para Diana, que nada aconteceria ali, naquela enorme chácara. Porque aquela não fazia nada? Porque não se movia? Os parentes iriam chegar logo à noite e aquele ser não movia uma palha.

Logicamente, a esperança se foi, junto com a alegria da viagem, do lugar novo e...para sua surpresa, a vista acostumou, e tudo ficou indiferente ao olhar de Diana. O fim da tarde veio e Diana preferiu ir para o jardim, ler um livro. Começou o seu Ciranda de Pedra enquanto a noite ia caindo devagar. Nunca leu com tanta melancolia, com lágrima nos olhos, a fronte enrugada, sentia cada sensação que Lygia lhe descrevia, como se o livro fosse vivo e a fizesse sentir cada toque de Conrado. De repente, era noite.

Resolveu tomar um banho demorado, para tirar do rosto as marcas que as lágrimas deixaram. Procurou aquela pessoa pela casa, a viu dormindo, e se demorou um pouco a olhar aquela figura tão desejada.

No banho, deixou a água cair nas costas, no rosto, esperando que a corrente levasse sua melancolia ao ralo. Não deu certo. Diana saiu vestida e com uma toalha pequena enxugando os cabelos castanhos ( tinha a mania de deixar a toalha em cima da cabeça, distraidamente). À porta, estava aquele ser e ele, sem dizer nada, aproximou-se de Diana e lhe beijou os lábios, no último instante em que podiam ficar a sós, ele a surpreendeu.

Segundos depois, os parentes buzinaram ao portão da chácara.

- Chegaram.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

The End

“Tenho por princípios nunca fechar portas, mas como mantê-las abertas o tempo todo se em certos dias o vento quer derrubar tudo?” foi o que faltava à Sofia para lhe levar àquela conversa.

Ao chegar, deitou-se no divã, procurando uma posição aconchegante e escolhendo o primeiro assunto. Tantos pousavam em sua cabeça, ao mesmo tempo. Pensou em começar por sua família, mudou de idéia e foi tentar o amor, mudou novamente e enfim: Tanta história para contar, tantos pensamentos embaralhados e fundidos, mas, infelizmente, boca uma. Eu, por acaso, não poderia usar disfarces e fantasias, não é? Hm, tudo bem, só não sei se conseguirei, geralmente, tais máscaras encarnam sem minha permissão. Na realidade, não sei porque estou aqui. Todas as minhas sensações e medos não passam de doses demasiadamente grandes de sentimentalismo. Coisas que findam, tarde ou cedo, mas findam, ou passam momentaneamente. Afinal, tudo é tão breve, alegria, tristeza, bem-estar, sofrimento. O pior de tudo é saber disso, mas sempre se iludir com tais sentimentos, pensar que quando se casa, tudo vai ser eterna alegria; quando se tem nenéns rechonchudos, que eles serão eternos seres obedientes; quando se acaba um amor, pensamos que a dor é infinita. Para mim, só existe uma exceção: a saudade de um ente querido que se foi. Essa é a parte de mim que nunca some, não me deixa e me atormenta. Ela sucumbirá junto a mim? Não, não morrerá comigo: ela resistirá, estará presente na mente de meus parentes vivos e, quando eu também morrer, ela aumentará, com mais uma alma (a minha) para ser lembrada.